sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O Barroco em Portugal II



Praça Marquês de Pombal - Vila Real de Santo António



Palácio do Freixo - Porto



Palácio de Mateus - Vila Real



Palácio-Convento de Mafra



Baixa Pombalina - Lisboa



Igreja do Senhor da Cruz - Barcelos



Igreja da Misericórdia - Porto



Igreja de Santa Engrácia (Panteão Nacional) - Lisboa



Igreja dos Clérigos - Porto

O Barroco em Portugal

O barroco em Portugal desenvolve-se entre 1580 e 1756. Ao contrário do resto da Europa (onde se vivia um forte sistema político absolutista) o Barroco português não se inicia em 1600. Portugal encontra-se nesta época em profunda crise de catapora, económica e de identidade social; provocada principalmente pela perda do trono para Felipe II de Espanha. A nobreza abandona as cidades, saindo para o campo, levando pequenas cortes consigo, desta forma tentando preservar a identidade sócio-cultural portuguesa. Fechados às Chã]]. O Barroco como estilo arquitectónico exige dinheiro que Portugal, após a perda do Brasil para os holandeses, não tinha. A economia não era sustentável porque grande parte da riqueza nacional baseava-se no ouro e nas pedras vindas do Brasil, com as quais se comprava todos os bens de consumo que não eram produzidos no país. Só no fim do século XVII a crise económica do país melhora, remetendo, no entanto, para uma situação semelhante à do reinado de D. Manuel. Na continuação da corrente absolutista vivida já no resto da Europa, D. Pedro II depõe o irmão D. Afonso VI, alegando-o incapaz de governar e de gerir o reino.

A arquitectura Barroca em Portugal tem uma situação muito particular e uma periodização diferente do resto da Europa. É condicionada por diversos factores políticos, artísticos e económicos que originam várias fases e diferentes tipos de influências exteriores, resultando numa mistura original, frequentemente mal compreendida por quem procura ver arte italiana, mas com formas e carácter próprios. Inicia-se numa con Outro factor fundamental é a existência da arquitectura Jesuítica, também a chamada Arquitectura Chã. São edifícios basilicais de nave única, capela-mor profunda, naves laterais transformadas em capelas interligadas (pequenas portas de comunicação), interior sem decoração e exterior com portal janelas e muito simples. É um tipo de edifício muito prático, permitindo ser construído por todo o império com pequenas adaptações, e pronto a receber decoração quando se pensar seras da época e o fausto a que o reino chegou. A talha dourada assume características nacionais e posteriormente “joaninas” devido à importância e riqueza dos programas decorativos. A pintura, escultura, artes decorativas e azulejo também atravessam uma época de grande desenvolvimento.

Em Portugal, a arquitectura barroca durou cerca de dois séculos (finais do século XVII e século XVIII). Surge em Portugal num período difícil ao nível político, económico e social, situação que se fez sentir igualmente na cultura e arte. É tempo do domínio filipino, tendo-se, também, perdido algumas colónias e ainda as guerras da Restauração. É tempo ainda da pressão exercida pela Inquisição. Contudo, este período conturbado altera-se com os reinados de D. João V e D. José, pois aumentam as importações de ouro e diamantes, num período denominado de Absolutismo Régio.
O Barroco português é considerado, por muitos, uma extensão do Maneirismo, cujos princípios estavam ligados ao Concílio de Trento, ou seja, maioritariamente religioso. As igrejas apresentam, geralmente, a mesma estrutura, ou seja, fachadas simples, decoração contida (exceptuando talvez o altar-mor), planta rectangular. Estas eram as características que marcavam os princípios austeros e rígidos da igreja e do poder régio. Alguns eruditos chamam-lhe o Barroco Severo. Neste período, encontramos arquitectos portugueses, nomeadamente João Antunes ou João Nunes Tinoco (igreja de Santa Engrácia, em Lisboa).

Palácio de Mafra

O Palácio Nacional de Mafra é o mais internacional dos edifícios barrocos portugueses e, no seguimento da moda entre os monarcas europeus, reflecte a arquitectura absolutista, iniciada no Palácio de Versalhes em França. Constituído por um palácio real, uma basílica e um convento, resulta de uma promessa feita pelo rei em relação à sua sucessão. Com projecto de João Frederico Ludovice (Johann Friedrich Ludwig ), arquitecto alemão estabelecido em Portugal, inicia as obras em 1717 e termina em 1730. É um edifício imenso. Possui na fachada dois torreões, inspirados no desaparecido torreão do Paço da Ribeira, com a basílica ao centro e duas torres sineiras dominadas por uma imponente cúpula. Por trás fica o mosteiro de modo a que não seja visto da rua. O conjunto é visível do mar, funcionando como um marco territorial, e utilizado como residência de verão da corte. Sabe-se que o rei queria construir uma igreja ainda maior que o Vaticano, mas ao saber que foi necessário mais de um século mudou de ideias. No seu conjunto além da basílica destacam-se, ainda, a biblioteca os cinco órgãos da igreja e os dois carrilhões.

Com o Renascimento, surgem as plantas de forma circular, prolongando-se pelo Maneirismo. Assim, encontramos a igreja e claustro da Serra do Pilar, de Diogo de Castillo (século XVI/XVII).

* Igreja de S: Gonçalo, Amarante (1705);
* Igreja do Senhor da Pedra, Óbidos, (1740-47);
* Igreja do Senhor da Cruz, Barcelos.

Além destas igrejas, encontram-se um pouco por todo o país inúmeras capelas. Devido à duração do Maneirismo em Portugal, há zonas em que se passa do maneirismo para o Rococó, pelo que se encontram muitos edifícios de planta octogonal e hexagonal. É um momento em que se prevê já o chamado Barroco Pleno, em que encontramos, por um lado, plantas rectangulares de influência maneirista, por outro, os edifícios mais decorados. É tempo do terramoto de 1755, que destruiu inúmeros edifícios.

É nesta altura que o rei começa a mandar construir edifícios não só religiosos mas também civis., nomeadamente alterações no Paço da Ribeira. Foram feitas inúmeras encomendas de desenhos, livros, feitos por artistas estrangeiros. Esta arquitectura é, então, marcada por uma decoração essencialmente de talha dourada, nas paredes e retábulos e azulejaria, sentindo-se, também, uma certa sobriedade estrutural.

É assim que é definido o começo da arquitectura religiosa joanina. É um estilo que se desenvolve, maioritariamente, no Norte com Nicolau Nasoni (1691-1773), que interligou características do barroco italiano com o que se produzia em território português. Destacam-se, então, como exemplos no Porto:

* Igreja de Bom Jesus de Matosinhos;
* Igreja da Misericórdia;
* Paço Episcopal;
* Loggia da Sé;
* Igreja e Torre dos Clérigos.

No norte do país há, então, dois centros: o Porto, com influências espanholas e decoração exuberante, associadas às ideias vindas de Itália. E Braga (tardo-barroco), em que a decoração típica do românico e manuelino se associam às ideias barrocas e chinesas, marcadas por uma decoração exótica. (Igreja de S. Vicente de Braga, Igreja de Santa Madalena.).

Por outro lado, a sul, encontramos novamente dois centros. O alto Alentejo, que nos apresenta um barroco mais neoclássico, já algo simples e regular. Como exemplo, temos a Igreja de Nossa Senhora da Lapa, Estremoz; E Lisboa, com o Convento de Mafra, cujas influências advêm da Alemanha.

Neste tipo de arquitectura, é de referir os palácios e solares, maioritariamente particulares. Inicialmente, regulares, ao estilo renascentista, depressa se transformam, adquirindo uma forma em «U», adornada com escadarias, jardins, fontes, ao estilo francês.

* Palácio Fronteira, em S. Domingos de Benfica, Lisboa;
* Solar de Mateus, Vila Real (Nasoni);
* Palácio do Freixo, Porto (Nasoni);
* Quinta da Prelada, Porto (Nasoni);
* Edifício da Câmara (André Soares);
* Casa do Raio (André Soares).

O urbanismo, propriamente dito, inicia-se no nosso país com o Marquês de Pombal. Após a destruição provocada pelo terramoto de 1755, era necessária uma reconstrução rápida e económica. Assim, o Marquês de Pombal opta por Manuel da Maia, Eugénio dos Santos e Carlos Mardel para este projecto. O projecto deste grupo criou uma Lisboa funcional e dinâmica, com ruas paralelas e perpendiculares. Os edifícios respeitavam a mesma traça (altura igual, simetria). É o chamado Estilo Pombalino, com a severidade maneirista e a frieza do neopaladianismo adoçados pelos elementos decorativos do Barroco e Rococó. O dito estilo pombalino surge em locais como Óbidos, Vila Real de Santo António e Espinho.

Outra preocupação, que remonta ao tempo dos romanos, foi com o abastecimento de água às populações. Assim, foi construído o Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa.

Mais imagens da época do terramoto de 1755



Portugal no século XVIII

Passatempos e actividades

http://www.ribatejo.com/hp/passatempos/actividades_unidade.asp?cod_unidade=9

Terramoto nas imagens da época

Viagem do tsunami de 1755

Duas Lisboas II

Começamos do alto com esta sobreposição das duas lisboas, a pré-1755 nas manchas a cinzento e a nossa Lisboa actual nas linhas negras. Os nomes de alguns pontos de referências de "antes" estão a cinzento, os de "depois" estão a negro. Este exercício já foi feito em outras ocasiões (a começar pelos planos de reconstrução). Aqui, o mapa pré-1755 é uma síntese minha, a partir do célebre mapa de Tinoco (c. 1650) e completada pelas especulações de Vieira da Silva e de outros em torno das comemoraçãos dos 200 anos do Grande Terramoto em 1955 (comemorações que – é um pouco triste dizê-lo – tiveram mais empenho oficial do que as actuais dos 250 anos). O desenho do mapa (e dos próximos a ser publicados) é da Vera Tavares, que não é minha parente mas é quase como se fosse. A ela o meu agradecimento.
Para já não nos interessam os detalhes. Convido o leitor a observar as manchas que representam o casario e os arruamentos da Lisboa de antes do terramoto. Do lado direito do mapa, a cidade desce a colina oriental da Sé e de Alfama e vemos como a Baixa é o prolongamento natural, "orgânico", dessa Lisboa medieval cristã e também árabe. Repare-se que, ao contrário de hoje, apenas uma rua faz a ligação directa (ou quase) entre o Terreiro do Paço [hoje Praça do Comércio] e o Rossio [hoje Praça Dom Pedro IV]. É a Rua dos Ourives do Ouro, mas ao contrário da actual Rua do Ouro (ou Áurea, como lá está nas placas) é uma rua um tanto sinuosa, que corta obliquamente a Baixa e que tem uma largura irregular. Daqui para a esquerda do mapa começa a subir a colina ocidental que leva ao Chiado, ao Carmo, ao Convento de São Francisco (hoje Faculdade de Belas Artes, Governo Civil de Lisboa e Museu do Chiado) e, finalmente, o Bairro Alto que era já fora das antigas muralhas fernandinas da cidade. As ruas regularizam-se um pouco, os quarteirões são unidades maiores, o número de becos diminui um pouco. Para lá das Portas de Santa Catarina [onde hoje é o Largo das Duas Igrejas, que poucos conhecemos por esse nome, entre o Chiado e Camões] estava o Bairro Alto "de São Roque", onde já havia cidade com planta ortogonal.
Para nos habituarmos à Lisboa de antes de 1755 temos de contrariar alguns dos nossos adquiridos quotidianos (principalmente se formos lisboetas ou conhecermos bem a cidade). Um deles diz respeito ao relevo. E nem sempre os mapas, com os seus modos de casca de laranja esticada, nos fazem o trabalho todo. É preciso pôr a imaginação a mexer. A Baixa de 1755 não era plana, embora o seu relevo fosse naturalmente menos acentuado do que nas colinas que a flanqueavam a nascente e a poente. No entanto, aquelas ruas circulares, aqueles quarteirões trapeizoidais e outras criações ainda menos geométricas não nasceram por acaso, mas também para se afeiçoarem aos altos e baixos do vale. Por isso não podemos olhar para este mapa e imaginar que caminhamos por aquelas ruas como pelas vias planas da Baixa de hoje. Todo o vale foi terraplanado, usando-se os escombros dos antigos prédios para criar o declive suave, quase insensível, que desce do Rossio até ao Tejo. Mas antes de 1755 não precisaríamos apenas de contornar as ruas e evitar os becos para andar por ali; teríamos também de subir e descer, determo-nos para recuperar o fôlego e ter cuidado com as rampas durante a chuva. Paremos agora, finalmente, para podermos imaginar.
Posted by rui tavares on novembro 11, 2005 01:17 AM |

http://ruitavares.weblog.com.pt/2005/11/duas_lisboas

Duas Lisboas


in http://homepage.mac.com/ruitavares/.Pictures/aux/2-Lisboaa.gif

domingo, 1 de novembro de 2009

Portugal no século XVII - resumo




Caracterização de conjunto do Império Português no século XVIII

sociedade, exploração económica e tráfico de escravos

A extensão dos territórios

Durante a ocupação filipina, o nosso império colonial foi atacado por outros países. Com a Restauração, Portugal não retomou a posse de alguns dos seus territórios ocupados (Arzila, no Norte de África; Calecut, Ormuz e Malaca, na Ásia), mas recuperou outros (S. Salvador da Baía, no Brasil, e Luanda, em Angola).

No século XVIII, o império era assim:

- Ásia/Oceânia - Goa, Damão, Diu, Macau e Timor;
- África - arquipélagos de Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe, Guiné, Angola e Moçambique;
- América - Brasil.




Com a concorrência de Franceses, Ingleses e Holandeses, diminuiu o comércio oriental dos Portugueses e foi necessário procurar outras fontes de riqueza. O Brasil tornou-se cada vez mais importante para Portugal; à cultura açucareira, outras se juntaram, como as do tabaco e do algodão. Iniciou-se o avanço para o interior brasileiro à procura de ouro e diamantes.

A Sociedade

A nobreza

Durante o século XVIII, o prestígio de Portugal esteve ao nível das principais potências europeias, devido às riquezas que nos chegavam, principalmente do Brasil.

A sociedade portuguesa manteve as diferenças entre os diversos grupos sociais: clero, nobreza e povo.

Os nobres rodeavam-se de luxo e conforto, construindo belos palácios - solares - com jardins decorados com estátuas e painéis de azulejos. No interior, colocavam móveis de madeira trabalhada, objectos de prata e porcelanas da Índia. Eram frequentes as touradas, os banquetes, bailes, saraus, óperas e espectáculos teatrais.

A vida da burguesia e do povo

A burguesia continuou a enriquecer com o comércio brasileiro e as suas casas procuravam imitar os solares dos nobres.

O povo mantinha uma vida difícil. Na cidade, cruzavam-se aguadeiros, vendedores ambulantes, leiteiros, lavadeiras, regateiras, artesãos e pequenos comerciantes. No campo, os trabalhadores rurais viviam com grandes dificuldades, tendo muitos deles abandonado as suas terras e tentado melhor sorte nas cidades ou partindo para o Brasil, na esperança de enriquecer.

As festas religiosas e populares reuniam todos os grupos sociais. Havia, ainda, cerimónias públicas (cortejos, desfiles de barcos no Tejo, corridas de touros) muito ao gosto do rei e em que o povo também participava.

Exploração económica

Neste século, o negócio do açúcar e de outras culturas (tabaco, café, cacau, algodão), bem como a criação de gado, atraiu muitos colonos para o Brasil.

Grupos de exploradores, os bandeirantes, penetraram no interior, em busca de ouro, pedras preciosas e escravos índios. Estas expedições tinham o nome de Bandeiras. A exploração mineira tornou-se a principal actividade económica e a coroa portuguesa reservava para si uma quinta parte do ouro extraído - daí a expressão os «quintos do Brasil».



Em Portugal foi introduzida a cultura do milho- -maís e da batata. Aumentou a produção de azeite e de vinho. Desenvolveu-se a indústria de curtumes.

Os reis continuaram a proteger a indústria nacional através das Pragmáticas, que proibiam a importação de artigos de luxo.

Nesta época, os mercados eram muito importantes e neles se comercializavam produtos de várias origens.

O tráfico de escravos

Os índios brasileiros resistiam à captura dos colonos, fugindo para o interior. Para resolver a necessidade, cada vez maior, de mão-de-obra no Brasil, aumentou significativamente a importação de escravos africanos (vindos de Angola e de S. Tomé e Príncipe). Os escravos eram uma parte importante do comércio triangular que se fazia entre a Europa, a África e a América. Os escravos eram vendidos em mercados próprios.

Os Jesuítas dedicaram-se à actividade missionária e à catequização das comunidades indígenas.

A monarquia absoluta no tempo de D. João V

No século XVIII, a forma mais comum de governo na Europa era a monarquia absoluta. Os reis reforçaram o seu poder, tomando todas as decisões importantes sem consultar as cortes. Em Portugal, D. João V e os seus sucessores, D. José e D. Maria I, foram reis absolutos: as cortes não foram reunidas e o rei concentrava em si todos os poderes.

O rei D. João V subiu ao trono com apenas 17 anos e reinou durante 43 anos. O seu reinado foi um dos mais longos na História de Portugal.

Reunião de Cortes

- D. João IV (1640-1656) - cinco vezes, em Lisboa: 1642, 1645, 1646, 1653 e 1654.
- D. Afonso VI - uma vez, em 1667, onde D. Pedro foi jurado príncipe herdeiro.
- Regência de D. Pedro - duas vezes, em 1674 e 1679.
- D. Pedro II (1697-1698) - última reunião das Cortes Gerais dos Três Estados, para jurar herdeiro do trono D. João (futuro D. João V).
- D. João V, D. José I e D. Maria I - não reuniram as cortes.

D. João V quis deixar bem claro que o país tinha abundância de ouro; mandou cunhar grandes moedas (dobras ou dobrões) deste metal precioso, chegando estas a atingir cinco centímetros de diâmetro. Nunca o reino tinha visto moedas tão grandes e tão preciosas!

Construções monumentais

D. João V utilizou uma boa parte do ouro do Brasil no luxo da corte e na construção de grandes monumentos.
No seu reinado foram construídos o Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa, o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, em Lamego, a Torre dos Clérigos, no Porto, e a Biblioteca da Universidade de Coimbra.

O estilo utilizado na época era o barroco. Pode reconhecer-se este estilo por:

- interiores decorados em talha dourada (altares, colunas, em madeira coberta com uma fina camada de ouro);

- utilização, nos revestimentos, de mármores, azulejos e estuques pintados.

Mas a obra que mais marcou o reinado de D. João V foi a construção do Convento de Mafra. Foi o cumprimento de um voto pelo nascimento de um herdeiro ao trono que levou o rei a mandar construí-lo.

Lisboa Pombalina

D. José I, filho de D. João V, continuou a política absolutista do pai. Para a aplicar, nomeou Ministro do Reino Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal. No dia 1 de Novembro de 1755, um terramoto arrasou toda a Baixa de Lisboa. Prontamente o Marquês de Pombal nomeou o engenheiro Manuel da Maia e os arquitectos Eugénio dos Santos e Carlos Mardel para a reconstrução dessa zona da cidade, que viria a ficar conhecida como Baixa Pombalina.

Após o terramoto, o aspecto da Baixa lisboeta alterou-se profundamente.

Surgiu a nova Praça do Comércio, nome que foi dado em homenagem aos burgueses que contribuíram com o seu dinheiro para a reconstrução do antigo Terreiro do Paço.

Um comportamento despótico Para reforçar o poder absoluto do rei, o Marquês de Pombal perseguia todos os que se lhe opunham. A Companhia de Jesus, que tinha grande poder e influência, em Portugal e no Brasil, foi expulsa de Portugal e todos os seus bens foram confiscados.

Para diminuir o poder da nobreza, o Marquês acusou a família dos Távoras de ser a autora de um atentado contra D. José I.

Os principais elementos da família foram torturados e executados na praça de Belém, perante o povo de Lisboa.

A política de um estadista

Devido à diminuição das receitas do ouro do Brasil (contrabando, pirataria e ilegalidades de funcionários) e às despesas com a reconstrução da cidade, tornou-se necessário aumentar as receitas do Estado.

O Marquês de Pombal adoptou uma política económica mercantilista de retenção do ouro, diminuindo as importações: - protegeu a indústria nacional, proibindo a entrada de produtos estrangeiros;

- fundou «fábricas», cujos produtos eram capazes de competir com os produtos estrangeiros, sobretudo os artigos de luxo franceses: sedas, vidros, louças, chapéus, relógios, tapeçarias e cutelarias;

- criou companhias reais, em Portugal e no Brasil, às quais foi cedido o monopólio do comércio:

- 1755, Companhia do Grão Pará e Maranhão;
- 1756, Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro;
- 1756, Companhia de Pesca da Baleia;
- 1759, Companhia de Pernambuco e Paraíba;
- 1773, Companhia das Pescas do Algarve;
- foi criada a Região Demarcada do Douro, para garantir a qualidade do seu vinho no mercado inglês. À Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro foi dado o monopólio do vinho do Porto.

As reformas do ensino

Os Jesuítas dominavam o ensino em Portugal. A sua expulsão prejudicou a cultura portuguesa, tendo sido encerradas várias escolas. O Marquês de Pombal tentou remediar esta situação, reformando o ensino:

- criou escolas menores, para o ensino das primeiras letras;
- criou a Aula do Comércio, para o ensino comercial;
- fundou o Real Colégio dos Nobres, que os preparava para a vida política e militar;
- reformou a Universidade de Coimbra, criando novas faculdades e disciplinas.

histórias que fazem História

Como viste, todos os que não deixavam o Marquês de Pombal governar como ele entendia eram considerados inimigos e perseguidos. Mesmo os irmãos bastardos do rei D. José I, os conhecidos «Meninos de Palhavã», foram desterrados para o Buçaco, devido a intrigas. Naquela altura, o Buçaco era uma região desagradável e solitária. É sobre um destes meninos de Palhavã, o arcebispo Gaspar, inquisidor- mor do reino, que te vamos contar a seguinte história:

Um dia, o Marquês de Pombal foi ter com o arcebispo Gaspar, levando consigo um documento onde se afirmava o poder do rei sobre todas as pessoas do reino, suas vidas e bens. Mais ainda: a Companhia de Jesus era a responsável por todos os problemas que existiam em Portugal. Pretendia o Marquês que o arcebispo assinasse esse documento para o publicar. Mas D. Gaspar não concordou que o documento fosse publicado, o que deu origem a uma violenta discussão entre os dois. Como sabes, o uso de cabeleiras fazia parte do traje masculino da nobreza do século XVIII.

Por isso, no auge da discussão, D. Gaspar, em fúria, arrancou a cabeleira ao Marquês e deu-lhe com ela na cara. Imediamente o ministro se retirou e, zangado, foi fazer queixa ao rei. Devido à grande influência que o Marquês tinha junto do rei, o arcebispo foi desterrado para o Buçaco e perdeu o importante cargo que tinha. O cargo de inquisidor-mor passou a ser ocupado pelo irmão do Marquês.

Com este violento castigo, pretendia meter medo à alta nobreza e mostrar o poder do Estado. Com esta e outras histórias, o Marquês de Pombal foi cada vez mais odiado e foram feitas várias tentativas para o afastar. Todas sem sucesso: a conspiração cedo era descoberta e o seu autor severamente punido.

Retirado de HGP - 6.º Ano de Emília Maçarico, Helena de Chaby e Manuela Santos
Texto Editora

Cronologia Geral da História de Portugal

Documento para consulta.

http://www.scribd.com/doc/21980373/Cronologia-da-Historia-de-Portugal

A Evolução da Bandeira Nacional

Podes consultar um documento sobre a evolução da bandeira nacional em
http://www.scribd.com/doc/21980362/Bandeira-Nacional.

Os livros

Os livros indicados podem ser requisitados na BE, na Biblioteca Municipal António Botto ou adquiridos (a primeira série está quase esgotada) através do site http://www.iplb.pt/sites/DGLB/Portugu%C3%AAs/Paginas/home.aspx.