quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

1820 e o Liberalismo IV

As lutas entre liberais e absolutistas – síntese

A Revolução Liberal Portuguesa (1820) trouxe alterações que não agradaram a todos os Portugueses. D. Carlota Joaquina e D. Miguel, juntamente com o Clero e a Nobreza, conspiraram contra o Liberalismo. Esta situação agravou-se com a morte de D. João VI, em 1826. O legítimo herdeiro do trono, D. Pedro, já era imperador do Brasil. Por isso, D. Pedro abdicou do trono português em favor da sua filha, D. Maria da Glória, com duas condições: - D. Maria da Glória casaria com o tio, D. Miguel; - D. Miguel juraria a Carta Constitucional, outorgada por D. Pedro a Portugal, em 1827; Contudo, D. Miguel desrespeitou a Carta Constitucional, que estipulava a separação dos poderes políticos, e proclamou-se rei absoluto. Em 1832, D. Pedro IV, liderando um grupo de liberais, que resistiram ao absolutismo, na ilha Terceira dos Açores. Desembarcaram no Mindelo e dirigiram-se para o Porto. As tropas absolutistas cercaram a cidade durante vários meses. Os liberais resistiram e os absolutistas acabaram por levantar o cerco e fugir para sul. Estava iniciada a guerra civil, que durou entre 1832-1834. As tropas absolutistas foram derrotadas nas batalhas de Almoster e de Asseiceira. D. Miguel assinou a paz na Convenção de Évora-Monte, saiu de Portugal e o liberalismo e a monarquia constitucional triunfaram.

D. Miguel

D. Miguel nasceu em Queluz, em 1802. Foi o terceiro filho varão de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Recebeu o cognome de o “Usurpador”, por se ter apoderado ilegitimamente do trono português. Era defensor do absolutismo e o líder dos absolutistas portugueses, na sua maioria nobres e clérigos. Estes deviam manter os seus privilégios, como não pagar impostos. Em 1828, dissolveu as Cortes, proclamou-se rei absoluto, possuidor de todos os poderes políticos. Os liberais foram perseguidos. Morreu na Alemanha, em 1866.

D. Pedro

D. Pedro nasceu em Queluz, em 1798. Foi o segundo filho varão de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Recebeu o cognome de o “Libertador”, por ter libertado Portugal do absolutismo do seu irmão, D. Miguel.
Esta era a grande divergência entre os dois. Para D. Pedro, a liberdade e a igualdade de todos perante a lei eram valores fundamentais, considerando que o clero e a nobreza tinham de pagar impostos e que o rei devia partilhar o seu poder para uma governação mais eficaz.
Em 1832, regressou a Portugal para implantar o liberalismo. Dois anos depois e após uma violenta guerra civil, os liberais saíram vitoriosos. Morreu em Setembro de 1834.



Absolutismo

Grupos sociais privilegiados (Nobreza e Clero).
Povo, único grupo social produtivo.
O rei é o juiz supremo.
O monarca faz as leis.
Os reis têm poder executivo.


Liberalismo

Os juízes aplicam a justiça baseados nas leis.
O rei governa respeitando a Constituição.
Os cargos administrativos são para os cidadãos mais competentes.
Todos têm liberdade de expressão.
A justiça é igual para todos os portugueses.

1820 e o Liberalismo III

A REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820


Em 1811, as invasões francesas terminaram, mas o país ficou numa situação muito difícil:

a família real continuava no Brasil;

o Reino ficou mais pobre e desorganizado após as invasões;

os ingleses controlavam quase todo o comércio com o Brasil.

Era pois necessário expulsar os ingleses e obrigar o rei a regressar.

As ideias liberais, vindas de França, tinham cada vez mais adeptos.


Revolução de 1820


Em 1817, em Lisboa, regista-se a primeira conspiração liberal, chefiada pelo General Gomes Freire de Andrade. Descoberto, foi preso e enforcado.

Em 1818, forma-se no Porto uma organização secreta, o Sinédrio, com o objectivo de preparar uma revolução liberal.

O Sinédrio reunia burgueses do Porto (comerciantes, juízes, proprietários), entre os quais se destacava Manuel Fernandes Tomás. Também aderiram alguns militares.

No dia 24 de Agosto de 1820 deu-se a revolução.

A população do Porto aderiu com entusiasmo. Um mês depois, aderia Lisboa. A revolução espalhou-se então a todo o país. Os ingleses foram afastados e criou-se a Junta Provisional do Governo do Reino.

Esta Junta passou a governar e preparou as primeiras eleições para deputados às Cortes Constituintes, isto é, a Assembleia que tinha como função elaborar uma Constituição de acordo com as ideias liberais.

Em Setembro de 1822, as Cortes Constituintes aprovaram a 1ª Constituição Portuguesa.

D. João VI regressa do Brasil, com a família e a corte, assina a Constituição e jura respeitá-la.

Esta Constituição estabelecia:

a soberania da nação: o poder do rei devia submeter-se à vontade dos cidadãos, através do voto;

a separação de poderes: legislativo, executivo, judicial;

a igualdade e liberdade dos cidadãos face à lei.

1820 eo Liberalismo II

Actividades de revisão:

http://ludotech.eu/blog/ficheiros/inv-fr-04.htm

1820 e o Liberalismo I

Actividades e passatempos:

http://www.ribatejo.com/hp/passatempos/actividades_unidade.asp?cod_unidade=10